sábado, 14 de julho de 2012

São José, zeloso provedor da Sagrada Família, intercedei por nós!

São José, o justo admirável (1)

Considerações de M. Olier



O admirável São José foi dado à terra para exprimir, de maneira sensível, as adoráveis perfeições de Deus Pai. Desse Deus Pai, São José encerrava, em sua pessoa, suas belezas, sua pureza, sem amor, sua sabedoria e sua prudência, sua misericórdia e sua compaixão. Um único santo foi escolhido para representar Deus Pai, enquanto seria necessária uma infinidade de criaturas e uma infinidade de santos, para representar Jesus Cristo. Porque toda a Igreja trabalha unicamente para manifestar, exteriormente, as virtudes e as perfeições de seu adorável Chefe, e só São José representa o Pai Eterno! Todos os anjos juntos foram criados para representar Deus e suas perfeições. Um só homem representa todas as suas grandezas.

É preciso, pois, considerar o augusto São José como a maior do mundo, a mais célebre e a mais incompreensível, e, guardadas as proporções, como Deus Pai, escondido e invisível em sua pessoa, e incompreensível em seu ser e em suas perfeições. Não é para confundir e assombrar nossa ignorância e nossa miséria considerarmos nossa incapacidade de compreender e conhecer o que há de mais puro e mais santo?

Se São José, sobe esse ponto de vista, parece incomparável e em classe Pa parte, é porque ele é a única imagem universal de Deus Pai na terra. Resulta daí que, tendo escolhido esse santo para fazer dele sua imagem na terra, Deus lhe conferiu uma semelhança de sua natureza invisível e escondida. E, no meu entender, São José está fora do estado de ser compreendido pelo espírito dos homens, de forma que a fé deverá servir de suplemento para venerarmos nele o que nele podemos compreender.

1 – COMO DEUS PAI HONROU O GRANDE SÃO JOSÉ

É coisa admirável contemplar as virtudes e as perfeições de São José, pois foi escolhido para ser a imagem de Deus Pai. Que sabedoria! Que força! Que prudência! Que simplicidade! Não acredito que jamais tenha surgido no mundo, algo de semelhante. Pois é fácil compreender que, se Deus Pai tomou esse santo para transmitir a idéia e a imagem de suas perfeições, se tornou visível nele o que estava escondido desde a eternidade no seio do seu ser, é incomparável a excelência desse grande homem…

1º: Ele é a imagem das belezas do Pai Eterno. Sem dúvida, São José tinha um exterior grave e modesto, uma postura admirável, uma beleza sem igual, por causa daquele de quem era a imagem, aos próprios olhos do Filho de Deus. Porque, se os céus, a terra, os elementos, em uma palavra, toda a aparência do mundo é tão bela, tão rara e tão admirável e está ordenada com perfeição de peso, número e medida para levar o homem a admirar as perfeições de Deus, representante que é de sua beleza, qual não deverá ser a de São José, expressamente formado pelas mãos de Deus Pai para revelar-se a seu Filho único e colocar, sem cessar, diante de seus olhos, seu verdadeiro retrato e sua verdadeira imagem, como compensação pelo tempo de sua ausência e uma espécie de consolo durante os anos de sua peregrinação.

E o que é mais considerável ainda, é que este mundo, tão belo e tão perfeito, que proclama por todas as partes, a beleza de seu autor, não apresenta aos homens senão as grandezas admiráveis de Deus, considerado com Ser soberano e essência perfeita, ou seja, como grande, bom, sábio e infinito. Não o apresenta, porém, com os atrativos, os encantos do Pai. Apresenta-o ainda, como soberano e causa primeira, enquanto São José, formado pela idéia do Pai Eterno para representá-lo junto ao seu Filho, na condição de pai, ostenta todos os traços amorosos, todos os encantos e as doçuras da divina paternidade.

2º: Ele é a imagem de santidade do Pai Eterno – Qual não é a imagem de São José, escolhido para ser a imagem de Deus Pai?

Vive esse grande santo em santidade perfeita, afastado de todos os bens da terra e de toda a criatura. O Evangelho nô-lo apresenta como cheio dessa santidade incomparável ao afirmar: “era justo”, quer dizer, santo.

De outra parte, estava estabelecido, com esse caráter único de santidade, que São José tinha sido escolhido como guardião da criatura mais santa e preciosa do mundo.

Com efeito, Nosso Senhor escolheu um santo, dos maiores santos do mundo, para guardião da Santíssima Virgem após sua morte, um santo que com Ele formava uma única pessoa, um homem virgem para ser proteção e segurança para sua Mãe.

No caso de São José, Deus Pai escolheu um home por ele feito à imagem de sua santidade, a fim de que se tornasse força e proteção, não apenas para a Santíssima Virgem Maria, mas igualmente para seu Filho, por ele engendrado eternamente.

3º: Ele é o caráter e a imagem da fecundidade do Pai Eterno. A Igreja convida-nos a honrar São José, oito dias antes do santo mistério da Encarnação, a fim de que, em São José, adoremos Deus Pai, preparando em seu seio, e realizando os desígnios do santo mistério de seu Filho. Tal mistério escondido nos séculos, foi nos dado venerar em São José pelo seio adorável do Pai.

Eis porque esse mesmo santo nos é apresentado tendo em seus braços Nosso Senhor Jesus Cristo, tal como engendrado pelo Pai em si mesmo, desde toda a eternidade.

Os anjos, que não são exclusivos na fecundidade de Deus, jamais foram chamados pais uns dos outros. Enquanto que São José, imagem dessa fecundidade, é chamado Pai de Jesus de Cristo. Foi ele, como um sacramento do Pai Eterno, pelo qual Deus engendrou seu Verbo encarnado em Maria e nele incutiu substância divina.

Nesse grande santo, Deus Pai surge em sua fecundidade, todavia separada da carne e do sangue, que de nenhuma forma entravam na ação de gerar o Filho, “que não foi concedido pelo sangue, nem pela carne, nem pela participação do homem, mas nascido de Deus”.

4º: Ele é a imagem do Amor do Pai Eterno por seu Filho – Deus Pai, ao escolher São José para dele fazer sua imagem junto a seu Filho, viveu no seio de São José, pois nele amava seu Filho com um amor infinito e dizia continuamente desse Filho único: Este é meu Filho dileto em quem coloquei minhas complacências.

O Pai, em si mesmo, ama seu Filho como Verbo eterno, e, em São José como Verbo encarnado. Morava na alma desse grande santo, tornando-a participante, não somente de suas virtudes, mas ainda de sua vida e de seu amor de Pai, porque o divino São José entrava no amor do Pai Eterno por seu Filho e o amava profundamente, no ardor, na pureza e na santidade desse amor.

5º: São José é o caráter exterior da compaixão e da ternura do Pai Eterno pelas misérias do homem – O Pai Eterno, ao escolher São José para fazer dele a imagem de sua paternidade, nele colocou um espírito de compaixão e de ternura pelas misérias dos homens e se fez nele Pai das misericórdias.

Antes de sua encarnação, o Verbo era rigorosíssimo. Mas, uma vez feito homem, tornou-se sensível, encheu-se de compaixão para com nossas misérias. Foi assim que o Pai Eterno fez ao comunicar sua imagem ao grande São José.

Desde toda a eternidade, Deus Pai era separado da carne; elevado em santidade infinitamente acima de nosso estado, tornou-se insensível aos nossos males e cheio de severidade para com os homens. Mas, no instante em que se revestiu da pessoa de São José e que se encobriu sobre a humanidade desse grande santo, tornou-se misericordioso, cheio de ternura e sensibilidade pelas misérias humanas. Nele, Ele é o Pai das misericórdias. Por isso São Paulo após ter afirmado, Deus seja bendito, acrescentou: Pai de Jesus Cristo, Pai das misericórdias, embora antes permanecesse em estado de Deus, justo e insensível.

6º: São José imagem da sabedoria e da prudência do Pai – Desde que Deus Pai quis revelar-se na pessoa de São José, transmitiu-lhe uma abundante comunicação de seu Espírito de Pai. E como portador da Sabedoria Eterna, conferiu-lhe uma luz e uma sabedoria admiráveis.

Porque, se Deus confia a proteção das nações a anjos muito poderosos, mesmo aos primeiros entre essas grandes e sublimes inteligências; se Ele entregou a esses puríssimos espíritos a conduta das esferas celestes, esses imensos corpos, qual não será a grandeza desse santo a quem Deus incumbiu a direção de seu Filho, mais precioso que cem mil mundos ou cem milhões de reinos! Que luz para conduzir e dirigir em todas as coisas esse Filho, cujos movimentos e todos os passos eram tão preciosos e queridos!

Ah! Dizemos que a Santíssima Virgem tinha de Deus a vida perpétua e, algumas vezes, até a vida bem-aventurada, por causa de seu Filho! É certo que seu divino Filho tinha a vida clara e distinta da divindade, a fim de que, fizesse a todo momento, o que queria seu Pai. Por isso via a esse Pai continuamente, seja para desobedecê-lo nunca e para satisfazer seus desígnios adoráveis voltados para todos os seus passos e todos os seus movimentos, seja ainda por causa de toda a importância de Jesus para o gênero humano.

Ora, o mesmo motivo nos obriga a acreditar que o grande São José, encarregado da direção de Jesus, de levá-lo ao cumprimento dos adoráveis desígnios de Deus Pai, desígnios de tão grandes conseqüências para a salvação dos homens, era esclarecido pela Luz divina para tudo operar segundo o espírito de Deus.

Ademais, quero consignar algo que me vem ao espírito e para o qual não ouso responder, por me parecer estranho. É que a luz dada a São José para conduzir o próprio Filho de Deus, era de natureza da que fora dada à Santíssima Virgem Maria, dita pelos doutores santos como tendo sido gloriosa, pois Deus lhe dera todas as graças que sua onipotência pode conceder a uma pura criatura.

Se, então, a luz de São José é uma luz de glória, ela foi sempre infalível para dirigir o Filho de Deus, que não poderia enganar-se. Porque, de outra forma, o Filho de Deus ficaria exposto, sob a direção de São José, a faltar aos desígnios de Deus e a seu dever, ou desobedecer àquele que ocupava o lugar de seu Pai e de quem lhe expressamente recomendado que observasse todas as vontades: E lhes era submisso.

Tendo sido dado por Deus a todos os homens como modelo da obediência, se Ele desobedecesse a São José, qualquer criatura encontraria nisso pretexto para desculpar sua própria desobediência. Seria admitir, portanto, que é possível falhar na obediência. Isso evidenciaria, ademais, não disporem os Superiores das faculdades necessárias para dirigir com segurança.

Não seria admitir, Deus impotente, em suas promessas e sua Providência, se Ele recusasse aos Superiores o espírito de que necessitam para dirigir?

Não, jamais alguém se engana na obediência; pois Deus garante, Deus avalia as pessoas que dirigem os outros. Jesus Cristo, nosso Senhor, seria então de condição pior do que o resto dos homens, que não podem falhar ao obedecerem. Seria pior que os anjos inferiores, submetidos aos superiores com inteira confiança, deles recebendo luzes, certas e infalíveis em todo seu procedimento, embora não tenham a importância do Filho de Deus.

Ora, se os anhos porque gloriosos, têm superiores dotados de luz de glória, qual não deveria ter sido a luz de São José, destinado pelo Pai para conduzir Jesus Cristo como seu inferior e governar a Santíssima Virgem, sua Mãe!

E que vergonha não teria sido expor o Filho de Deus a contestar seu pai e opor-se àquele que estava cheio do próprio espírito de Deus. E teria Deus Pai querido expor Nosso Senhor a esse absurdo, recusando ao nosso santo graça tão indispensável e conveniente à sua condição?

Nosso grande santo é, pois, cheio de admirável sabedoria, pois Deus lhe confiou a guarda da própria Sabedoria. E se Deus costumeiramente concede graças proporcionais à importância dos encargos que nos confia, como não seria essa luz, essa sabedoria à qual a própria Sabedoria tinha sido submetida?!

São José foi para Jesus, o que outrora Moisés fora para o povo de Deus. Como esse povo, figura do Salvador, foi retirado do Egito por Moisés, assim Nosso Senhor foi, de idêntica forma, levado por São José ao Egito. O povo de Israel, no Egito, é chamado filho de Deus, porque prefigurava Jesus Cristo. São José foi efetivamente o protetor da salvação de Jesus, na fuga para o Egito e o manteve sob sua guarda durante o curso de sua própria vida.

Ò Sabedoria eterna! Se Moisés teve tão íntimo contato convosco, a ponto de vos contemplar face a face, qual não teria sido, nesse sentido, o privilégio de São José? Se o primeiro, que ostentava a figura de vosso Filho, pode ver-nos face a face, não teria sido São José cumulado de maiores favores?

Se ao que estava submetido à lei da morte foi dada a glória nesta vida, a ponto de os filhos de Israel não poderem suportar o brilho de sua face, que não teria sido, acrescenta São Paulo, aquele que trouxe nos próprios braços, a Lei da Vida e do Espírito! Sem dúvida São José gozava de uma contemplação adorável de uma visão gloriosa de Deus.

Exponho esse pensamento e tiro dele suas conseqüências, como coisa de meu espírito, esclarecido contudo, parece-me, pela luz de minha fé, não sentindo nunca aqui, nenhuma atividade nem trabalho de minha inteligência para produzir tal coisa. Deixo a meu superior o encargo de julgar esta matéria.

2 – QUANDO JESUS CRISTO HONROU O GRANDE SÃO JOSÉ

O Filho de Deus, ao tornar-se visível, tomando carne humana, conversava e tratava com Deus Pai, envolto em véu, na pessoa de São José, pela qual seu Pai se tornava visível para Ele. A Santíssima Virgem e São José representavam, juntos, uma só e mesma pessoa de Deus Pai.

Eram duas sensíveis representações de Deus, duas imagens sob as quais Jesus adorava a plenitude de seu Pai, seja ainda, em seu amor por esse mesmo Filho e sua Igreja. Tudo isso era, para Jesus Cristo, como um santo oratório, objeto sensível de toda sua devoção.

Sem dúvida, o Templo era, para Ele, um lugar de religião, já que via nesse edifício, uma imagem inane e material de Deus, seu Pai. Mas, via em São José uma figura viva, espiritual e divina de todas as grandezas e perfeições desse Pai e ouvia, pela boca do grande santo, a própria palavra do mesmo Pai, de quem São José era a imagem sensível.

José era o oráculo de Jesus Cristo, que o fazia conhecer todas as vontades de seu Pai celeste. Era seu relógio, que lhe indicava todos os momentos assinalados nos decretos de Deus. Era, diante desse oratório, que se dirigia a Deus, seu Pai, e lhe dizia, Pater noster e diante de quem pedia por toda a Igreja.

Que objeto amoroso para Jesus Cristo! Que objeto de complacência! Que motivo para exercer seus amores! Que carícias e que sentimentos de amorosa ternura! Ó grande santo! Feliz de apresentar, tão bela matéria ao amor de Jesus! Ó Deus, que olhares de amor e complacências! Bondade de meu Jesus, feliz de ter diante dos seus olhos, com que satisfazer seus amores! Feliz José! Feliz Jesus! Bendito José por fornecer a Jesus o mais justo motivo de suas delícias! Bem-aventurado ó Jesus, por encontrar em José a causa de suas mais santas complacências! Os olhos do vosso espírito, Jesus nele viam o Espírito de vosso Pai e os olhos do vosso corpo viam uma imagem sensível da beleza daquele mesmo Pai, pois no Pai vós encontráveis vosso perfeito contentamento.

Sem dúvida, é admirável a imagem de Deus, na eternidade, a amar seu Filho e este, por reciprocidade amar o Espírito Santo. Era igualmente admirável, a vida de José e Maria, imagens de Deus Pai, para Jesus Cristo seu Filho.

Qual não teria sido o amor de Jesus por seus pais! Nosso Senhor via, em um e outro, a presença, a vida, a sabedoria, a pessoa e as perfeições de Deus, seu Pai. E divisava essas belezas, com que amor, com que alegria! Com que consolação!

A Santíssima Virgem e São José por seu turno, viam ao seu lado, a Pessoa de Deus em Jesus, em tudo o que Ele é, Filho de Deus, Verbo do Pai, esplendor de sua vida e caráter de sua substância. Que reverência! Que respeito! Que absorvência de amor! Que profunda adoração!

Isso era o céu, o paraíso na terra, eram delícias sem fim neste lugar de dor. A abundância de todos os bens, no seio da pobreza, uma glória antecipada já na baixeza, na abjeção e pequenez de sua vida.

Ó Jesus! Não me admiro de que tenhais permanecido trinta anos completos nessa feliz casa, sem deixar São José. Não me espanto de que vos tenhais tornado inseparável de sua pessoa.

Sua casa, em si mesma, era o paraíso e seu seio era para vós o seio de vosso Pai, do qual sois inseparável e no qual encontráveis vossas eternas delícias.

Fora dessa casa achastes somente coisas funestas, pecadores, as tristes causas de vossa morte. Na casa de José, que é também de Maria, encontráveis os objetos mais delicados de vossa alegria, as fontes sagradas de vossa vida. Não saístes jamais desse santo lugar a não ser para ir ao Templo. O mundo escarnecia de vossa solidão e de vossa vida em retiro. Não sabia que o Templo era uma morta figura do Pai e que São José, como imagem viva desse Pai, era o lugar de vossas delícias e de vosso repouso.

3 – SÃO JOSÉ PATRONO DAS ALMAS ESCONDIDAS E DAS ALMAS SUPEREMINENTES

Tendo sido escolhido por Deus para ser sua imagem diante de Seu Filho único, São José nunca foi estabelecido para exercer qualquer função pública na Igreja de Deus, mas unicamente para exprimir sua pureza e sua incomparável santidade, que o distingue de toda criatura visível. Disso resulta ter sido ele tornado patrono das almas escondidas e desconhecidas.

Outra é a função de São Pedro na Igreja, diferentes das operações de São José. São Pedro é estabelecido exteriormente para a política, para o regime, para a doutrina e sua ação se exerce sobre os prelados e sobre os ministros da Igreja.

São José, ao contrário, que é um santo escondido e sem funções exteriores, é estabelecido para transmitir interiormente, a vida supereminente por ele recebida do Pai e que, em seguida, decorre de Jesus Cristo sobre nós.

A influência de São José é uma participação da influência de Deus Pai em seu Filho, enquanto que a de São Pedro e a dos outros santos, é uma participação da graça de Jesus Cristo a derramar-se sobre os homens e a distribuir-se, sob medida, em seus membros. A de São José é uma participação da fonte sem regra e sem medida, que se derrama de Deus Pai sobre seu Filho. E Deus Pai, que nos ama, com o mesmo amor com que ama seu Filho único, dá-nos a possuir, a gostar e a saborear em São José a graça e o amor com ele ama esse mesmo Filho.

Nos demais santos é por parcela e sob medida, que Ele nos transmite tais coisas. No caso de São José, não há limites nem medidas, por causa do que é São José e do que o Pai nele coloca como sua imagem universal.

Esse santo é o patrono das almas supereminentes, elevadas à pureza e à santidade de Deus. Tanto daquelas intimamente unidas a Jesus Cristo e para as quais transfere sua ternura por causa desse amável Salvador, como daquelas aplicadas a Deus Pai, das quais São José é a figura.

É um santo escondido, que Deus quis manter secreto durante sua vida e para o qual reservou, com exclusividade, ocupações interiores, sem dividi-las com os cuidados exteriores da Igreja. Um santo manifestado por Deus no fundo dos corações e do qual imprimiu a veneração no interior das almas. E como São José dedicou-se exclusivamente a Deus, durante sua vida, Deus reservou-se a si mesmo mantê-lo e nele imprimir estima, culto e veneração.

Como imagem do Pai eterno, para quem converge toda a prece e que é o fim e o termo de toda nossa religião, São José deve ser o tabernáculo da Igreja. Porque a alma, interiormente unida a Jesus Cristo, e que coloca em seus caminhos seus sentimentos, suas inclinações e suas disposições, tal alma, enquanto permanecer na terra, será cheia de amor, de respeito e de ternura por São José, à imitação de Jesus Cristo quando viveu neste mundo, pois tais eram as inclinações e disposições de nosso Salvador, que amaria com ternura Deus Pai em São José e o adoraria sob essa imagem viva, onde Ele habitava realmente.

Cabe-nos seguir essa atitude e procurar nosso Pai naquele santo, pois é nele que devemos procurar contemplar, adorar todas as perfeições divinas, que, reunidas em nós, nos tornarão perfeitos como nosso Pai celestial é perfeito. Aprendamos com São José, que é possível nos tornarmos semelhantes a Deus e sermos perfeitos na terra como ele o é nos céus.

E, porque em Deus Pai, São José é fonte de todo o bem e de toda misericórdia, está dito desse santo, que nada que lhe é pedido deixará de ser atendido.

4 – SÃO JOSÉ PATRONO DOS PADRES

Os padres, sobretudo, nos quais Deus reside em sua plenitude e em sua fecundidade, são chamados a se conduzirem de acordo com o modelo do grande São José, em relação aos filhos que gerarão para Deus. Esse grande santo conduzia e dirigia para o Menino Jesus, no espírito de seu Pai, sua doçura, sua sabedoria, sua prudência. Assim deveremos fazer com todos os membros de Jesus Cristo, que nos foram confiados para serem outros Cristo. Deveremos tratá-los com a mesma reverência dispensada por São José ao menino Jesus.

Sejamos, em relação a essas almas, como superiores em Deus, mas inferiores em nossas pessoas, tal como São José, que se via infinitamente abaixo de Jesus Cristo, apesar de conduzi-lo e de ter sido estabelecido sobre Ele, em nome e em lugar do Pai Eterno.

Também escolhemos São José como patrono do Seminário. Como o santo encarregado por Nosso Senhor, no céu, de cuidar expressamente dos padres, segundo me revelou por sua bondade.

A Santíssima Virgem deu-me a mim, também, aquele grande santo como patrono assegurando-me que ele era das almas escondidas e acrescentando: “nada tenho de mais caro no céu e na terra, após meu Filho”.

Levando um dia Nosso Senhor a um doente, repetia interiormente as seguintes palavras que me brotavam ao espírito: Fostes condutor do Justo. Tais palavras levavam-me a lembrar, que São José, tendo sido o condutor do Justo, nosso Senhor, devia representá-lo, levando o filho de Deus com os mesmos sentimentos com os quais, frequentemente ele o tinha feito em sua vida.

Fonte: http://www.amoranossasenhora.com.br/2012/03/sao-jose-o-justo-admiravel/

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