domingo, 19 de dezembro de 2010

Papa confia todos os pastores a São José

Ao rezar o Ângelus de hoje

CIDADE DO VATICANO, domingo, 19 de dezembro de 2010 (ZENIT.org) -

"A São José, padroeiro da Igreja universal, confio todos os pastores", disse o Papa hoje, antes de rezar o Ângelus, junto a milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.
Ao mesmo tempo, exortou todos esses guias a oferecerem, "humilde e quotidianamente, aos fiéis cristãos e ao mundo inteiro, as palavras e os gestos de Cristo".
Bento XVI convidou a venerar o pai adotivo de Jesus, "porque nele se pode vislumbrar o homem novo, que olha para o futuro com confiança e coragem, não segue o seu próprio projeto, mas se entrega totalmente à infinita misericórdia d'Aquele que torna realidade as profecias e abre o tempo da salvação".
O Pontífice destacou que São José "anuncia as maravilhas do Senhor, testemunhando a virgindade de Maria, a ação livre de Deus e protegendo a vida terrena do Messias".
Indicou que São José é apresentado no Evangelho do 4º domingo do Advento como "um homem justo, fiel à lei de Deus, disponível para fazer a sua vontade" e "por isso entra no mistério da Encarnação".
Citando o "Comentário do Evangelho segundo São Lucas", de Santo Ambrósio, o Papa sublinhou a dignidade da qualidade do testemunho de São José.
Este santo, comentou o Pontífice, depois de receber em sonhos as indicações do anjo, abandonando "a ideia de repudiar em segredo Maria, toma-a consigo, porque agora os seus olhos veem nela a obra de Deus".
"Apesar de ter experimentado turbação - prossegue -, José ‘fez como o anjo do Senhor havia mandado', certo de estar cumprindo o que é justo. Colocando o nome de ‘Jesus' nesse Menino que rege todo o universo, ele se situa nas filas dos servos humildes e fiéis, como os anjos e os profetas, os mártires e os apóstolos."
Finalmente, o Papa desejou "que a nossa vida possa aderir cada vez mais à Pessoa de Jesus" e que, "no Natal que se aproxima, os nossos olhos se abram e vejam Jesus, e o coração se alegre neste admirável encontro de amor".

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

"José, seu marido, era justo" (Mt 1,19)


Do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo São Mateus (Mt 1, 16-25):

"16 Jacó foi o pai de José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Messias.
17 Assim, as gerações desde Abraão até David são quatorze; de David até ao exílio na Babilónia, quatorze gerações; e do exílio na Babilónia até ao Messias, quatorze gerações.

18 A origem de Jesus, o Messias, foi assim: Maria, sua Mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, Ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo.
19 José, seu marido, era justo. Não queria denunciar Maria e pensava em deixá-la, sem ninguém saber.
20 Enquanto José pensava nisso, o Anjo do Senhor apareceu-lhe em sonho e disse:
"José, filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como esposa, porque Ela concebeu pela ação do Espírito Santo.
21 Ela dará à luz um Filho, ao qual darás o nome de Jesus, pois Ele vai salvar o seu povo dos seus pecados".

22 Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta:
23 "Vede: a Virgem conceberá e dará à luz um Filho. Ele será chamado Emanuel, que quer dizer: Deus está conosco".

24 Quando acordou, José fez conforme o Anjo do Senhor havia mandado: levou Maria para casa,
25 e, sem ter relações com Ela, Maria deu à luz um Filho. E José deu-Lhe o nome de Jesus."
Palavra da Salvação!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Renovando nossa amizade com São José, pelos textos de Sta Teresa de Jesus...

queridos devotos de São josé...
















...'to mei por advogado e senhor o glorioso São José, encomendando-me muito a ele.
Vi com clareza que esse pai e senhor meu me salvou, fazendo mais do que eu podia pedir, tanto dessa necessidade como de outras maiores, referentes à honra e à perda da alma.
Não me lembro até hoje de ter-lhe suplicado algo que ele não tenha feito.
Espantam-me muito os grandes favores que Deus me conce deu através desse bem-aventurado Santo, e os perigos, tanto do corpo como da alma, de que me livrou.
Se a outros santos o Senhor parece ter concedido a graça de socorrer numa dada necessidade, a esse Santo glorioso, a minha experiência mos tra que Deus permite socorrer em todas, querendo dar a entender, que São José, por ter-Lhe sido submisso na terra, na qualidade de pai adotivo, tem no céu todos os seus pedidos atendidos.
O mesmo viram, por experiência própria, outras pessoas a quem aconselhei que se encomendassem a ele, também por experiência; e há hoje muitas que lhe são devotas de novo, experimentando essa verdade.
Eu procurava festejá-lo com toda a solenidade, movida mais pela vai dade do que pelo espírito, querendo que tudo fosse perfeito e primoroso, em bora com boa intenção.
Eu queria persuadir todos a serem devotos desse glorioso Santo, pela mi nha grande experiência de quantos bens ele alcança de Deus.
conheço nenhuma pessoa que realmente lhe seja devota e a ele se dedique particularmente, que não progrida na virtude; porque ele ajuda muito as almas que a ele se encomendam.
Há alguns anos, sempre lhe peço, em seu dia, alguma coisa, nunca deixando de ser atendida.
Se a petição vai algo torcida, ele a endireita para maior bem meu.
Só peço, pelo amor de Deus, que quem não me crê o experimente, vendo por ex pe riência o grande bem que é encomendar-se a esse glorioso patriarca e ter-lhe devoção.
As pes soas de oração, em especial, deveriam ser-lhe afeiçoadas; não sei como se pode pensar na Rainha dos Anjos, no tempo em que tanta angústia passou com o Menino Jesus, sem se dar graças a São José pela ajuda que lhes prestou.
Quem não encontrar mestre que ensine a rezar tome por mestre esse glorioso Santo, e não errará no caminho.
Pois ele mostrou quem é ao fazer que eu me levantasse, andasse, e não mais ficasse paralítica. Também eu mostrei quem sou, usando tão mal esse favor.'
do livro da Vida,
Cap 6,
Santa Teresa de Jesus.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

"São José é o Maior!

  


SÃO JOSÉ É O MAIOR


(Pe. Manuel de Alencar, 1886-1924)


"Um dia à porta do céu


Foi bater com muita fé


Um esfarrapado devoto


Do nosso Pai São José



Logo abre-lhe a porta São Pedro


E vai gritando ¬ Quem é?


¬ Sou eu São Pedro, um devoto


Do nosso Pai São José!...



Donde é que bem Voss’mecê,


Cheirando tanto a café? ..


¬ São Pedro sou brasileiro,....


E venho lá de Tefé! .



Se de lá vem, diz São Pedro,


Quem sabe não é pajé?!


¬ Saberá fazer feitiço


Com dente de Jacaré?!



¬ Deus me livre. Grande Santo


Que nada fiz contra a Fé!...


Santo não; mas fui devoto


Do nosso Pai São José. .



¬Passe pra cá meu livrinho,


A sua conta corrente...


Vamos ver se lá por baixo


Você viveu cristãmente...




Oh! Trabalhar nos domingos


Isso é pecado mortal, .


Pois é a lei que nos domingos


Descanse até animal. .



Ah! Foi no tempo São Pedro


Em que eu era seringueiro...


Foi no tempo em que a borracha


Ainda dava dinheiro.



¬ Aqui também está marcado


Que raramente ia à Missa...


Então por que?... Por desprezo,


Por descuido, ou por preguiça?...



¬ Confessou-se uma só vez:


¬ No dia do casamento!...


Só recebeu nesse dia


O Santíssimo Sacramento



¬ E por desgraça suprema,


Que me causa compaixão,


Não teve Padre na morte,


E morreu sem confissão...



¬ Meu amigo, eu lhe aconselho:


Não se apresente ao Eterno!...


No Céu não acha lugar:


¬ Foi condenado ao Inferno...



Esmagado pelo dor,


O triste mísero réu


Ao lado do seu saquinho


Sentou-se à porta do Céu.



Nisto, um anjinho bem loiro


Com linda estrela na testa,


Veio olhar pela janela,


Mostrando uns ares de festa.



Meu bem, ¬ (lhe diz o devoto),


¬ Vá dizer a São José


Que foi logo ao Pai Eterno


E perguntou: ¬ Como é?!...



¬ Chegou-me agora aos ouvidos,


Ó Divino Pai Eterno,


Que um pobre devoto meu


Foi condenado ao Inferno.



¬ Não me queixo da Justiça


Nem da vossa Divindade,


Mas agora em parte alguma


Terei mais autoridade!...



¬ Devo pois me retirar,


Ao mundo, se for preciso,


Mas sem prestígio nem força


Não fico no Paraíso!...



E deixando o Pai Eterno


Surpreso dessa atitude.


São José foi se afastando,


Meio triste, meio rude...



¬ Maria, Esposa querida,


Arrume a nossa bagagem,


E vá também se arrumar,


Que vamos fazer viagem...



Aqui, o Santo Menino,


Vendo tanta arrumação,


Foi perguntando ¬ Mãezinha,


Para onde é que vocês vão?...



Sempre humilde e obediente,


Calou-se a Virgem Maria,


E dando a Jesus um beijo


Respondeu que não sabia...



¬ Meu Filho ¬ (disse chorando


O nosso Pai São José)


Tornamos de novo ao mundo,


Voltamos a Nazaré...



¬ Pois então, ¬ disse o Menino,


¬ O Mandamento pratico:


Obedecendo a meus Pais,


No Paraíso não fico!...



Vendo os Apóstolos que o Mestre


Lá ia embora também


Disse João Evangelista:


¬ No Céu não fica ninguém!...



E os anjos logo disseram:


¬ Que querem, pois, que se faça?


¬ Sem Jesus e sem Maria


Já fica o Céu tão sem graça!...



Todos aí, se mexeram,


E cada qual, decidido


Foi arrumar a bagagem


No jubiloso alarido...



Houve um grande rebuliço


Entre os Anjos e entre os Santos


Profetas e Confessores


Anacoretas e quantos.



Na terra haviam seguido


Com sacrifícios e amor,


Os passos de Jesus Cristo,


A Lei Santa do Senhor...



São Pedro, à porta do Céu,


Espantado e obediente,


Olhava pro Pai Eterno,


E olhava praquela gente...



Sossegadinho, o devoto,


Diminuindo a agonia,


Sentado junto do saco,


Olhava tudo e sorria...



Fala, então, o Pai Eterno:


¬ Isto assim não pode ser:


¬ Sozinho no Paraíso


É que eu não posso viver!...



E disso logo a São Pedro:


¬ Venha esse homem para aqui:


¬ Vou reformar a sentença


Que contra ele escrevi!...



¬ É, de fato, escandaloso,


Nunca se ouviu “ab aeterno”


Que amigo de São José


Caísse um dia no Inferno...



¬ Perdôo, ¬ disse ao devoto,¬


Por minha grande clemência:


¬ Volte à terra mais um ano,


E faça lá penitência...



¬ Volte, depois, preparado


Pro rigoroso Juízo


E não venha cá meter


Desordem no Paraíso!...



São José sorriu contente,


Maria sorriu também,


E Jesus falou bem alto:


¬ Digamos todos: Amém!...



O Céu vibrou de alegria,


Anjos cantaram melhor...


E o devoto bateu palmas:


¬ SÃO JOSÉ É O AMOR!...



Isto vem mostrar à gente


O poder de São José:


¬ Quem queira mesmo salvar-se


Tenha nele muita fé!..."


sábado, 7 de agosto de 2010

"Maria e José educaram Jesus"


"Na vida transcorrida em Nazaré, Jesus honrou a Virgem Maria e o justo José, permanecendo submetido à sua autoridade por todo o tempo da sua infância e adolescência (cf. Lc 2, 51-52). Deste modo, lançou luz sobre o valor primordial da família na educação da pessoa. De Maria e José, Jesus foi introduzidona comunidade religiosa, frequentando a sinagoga de Nazaré.

Com eles, aprendeu a fazer a peregrinação a Jerusalém, como narra o trecho evangélico que a liturgia hodierna propõe à nossa meditação. Quando tinha doze anos, permaneceu no Templo, e os seus pais empregaram três dias para o encontrar. Com aquele gesto, fez-lhes compreender que Ele se tinha de "ocupar das coisas do seu Pai", ou seja, da missão que o Pai lhe confiara (cf. Lc 2, 41-52).

Este episódio evangélico revela a mais autêntica e profunda vocação da família: isto é, a de acompanhar cada um dos seus componentes pelo caminho da descoberta de Deus e do desígnio que Ele lhe predispôs. Maria e José educaram Jesus, em primeiro lugar, com o seu exemplo: nos seus pais, Ele conheceu toda a beleza da fé, do amor a Deus e à sua Lei, assim como as exigências da justiça, que encontra o seu pleno cumprimento no amor (cf. Rm 13, 10). Deles aprendeu que antes de tudo é necessário realizar a vontade de Deus, e que o laço espiritual vale mais que o vínculo do sangue.
A Sagrada Família de Nazaré é verdadeiramente o "protótipo" de cada família cristã que, unida no Sacramento do matrimônio e alimentada pela Palavra e pela Eucaristia, é chamada a realizar a maravilhosa vocação e missão de ser célula viva não apenas da sociedade, mas da Igreja, sinal e instrumento de unidade para todo o género humano.

Invoquemos agora, juntamente com a proteção de Maria Santíssima e de São José para cada família, de modo especial para as que estão em dificuldade. Que eles as sustentem, a fim de que saibam resistir aos impulsos desagregadores de uma certa cultura contemporânea, que debilita as próprias bases da instituição familiar. Ajudem as famílias cristãs a serem, em todas as partes do mundo, imagem viva do amor de Deus."

Sua Santidade, Papa Bento XVI, Mensagem do Ângelus, Festa da Sagrada Família de Nazaré, Domingo 31 de Dezembro de 2006.

domingo, 18 de julho de 2010

A humilde confiança de São José




Senhor, dai-nos a humilde confiança de São José na vossa Palavra;

concedei-nos o carisma da oração e do amor à Igreja,

que Santa Teresa também aprendeu com o esposo da Virgem Maria!

terça-feira, 22 de junho de 2010

São José, guardião fiel dos mistérios da salvação



"Quando a bondade divina escolhe alguém para uma graça singular, dá-lhe todos os carismas necessários, o que aumenta muito a sua beleza espiritual. Isto verificou-se totalmente com São José, pai legal de Nosso Senhor Jesus Cristo e verdadeiro esposo da Rainha do mundo e Soberana dos anjos. O Pai eterno escolheu-o para ser o guardião fiel dos Seus principais tesouros, quer dizer, de Seu Filho e de Sua esposa, função que ele desempenhou muito fielmente. Foi por isso que o Senhor disse:

«Servo bom e fiel, entra no gozo do teu senhor» (Mt 25, 21).

Se comparares José com o resto da Igreja de Cristo, não é verdade que é um homem particularmente escolhido, pelo qual Cristo entrou no mundo de maneira regular e honrosa? Pois se toda a Santa Igreja é devedora para com a Virgem Maria porque foi a Ela que foi dado receber Cristo, após Ela, é a São José que deve um reconhecimento e um respeito sem paralelo.

Ele é, com efeito, o epílogo do Antigo Testamento: é nele que a dignidade dos patriarcas e dos profetas recebe o fruto prometido. Só ele possuiu realmente o que a bondade divina lhes tinha prometido. Certamente não podemos duvidar de que a intimidade e o respeito que, durante a Sua vida humana, Cristo deu a José, como um filho a seu pai, não lhe foram negados no céu, antes foram enriquecidos e completados. O Senhor também acrescentou:

«Entra no gozo do teu senhor».

Lembra-te de nós, bem-aventurado José, intercede, pelo auxílio da tua oração, junto de teu Filho adotivo; torna igualmente propícia a bem-aventurada Virgem, tua esposa, porque Ela é a mãe Daquele que, com o Pai e o Espírito Santo, vive e reina pelos séculos sem fim."




São Bernardino de Siena (1380-1444), Homilia sobre São José (a partir da trad. da Liturgia das Horas).

quarta-feira, 19 de maio de 2010

"O exemplo de São José é para todos nós um forte convite" (Papa Bento XVI)



"Apraz-me recordar que era muito devoto de São José também o amado Papa João Paulo II, o qual lhe dedicou a Exortação apostólica Redemptoris Custos (Guarda do Redentor) e certamente experimentou a sua assistência na hora da morte.

A figura deste grande Santo, mesmo sendo bastante escondida, reveste na história da salvação uma importância fundamental. Antes de tudo, pertencendo ele à tribo de Judá, ligou Jesus à descendência davídica, de forma que, realizando as promessas sobre o Messias, o Filho da Virgem Maria se pôde tornar verdadeiramente "filho de David".

O Evangelho de Mateus, de modo particular, ressalta as profecias messiânicas que encontraram cumprimento mediante o papel de José: o nascimento de Jesus em Belém (2, 1-6); a sua passagem através do Egipto, onde a Sagrada Família se tinha refugiado (2, 13-15); a alcunha "Nazareno" (2, 22-23). Em tudo isto ele demonstrou-se, ao mesmo nível da esposa Maria, herdeiro autêntico da fé de Abraão: fé no Deus que guia os acontecimentos da história segundo o seu misterioso desígnio salvífico.

A sua grandeza, ao mesmo nível da de Maria, sobressai ainda mais porque a sua missão se desempenhou na humildade e no escondimento da casa de Nazaré. De resto, o próprio Deus, na Pessoa do seu Filho encarnado, escolheu este caminho e este estilo a humildade e o escondimento na sua existência terrena.

O exemplo de São José é para todos nós um forte convite a desempenhar com fidelidade, simplicidade e humildade a tarefa que a Providência nos destinou. Penso antes de tudo, nos pais e nas mães de família, e rezo para que saibam sempre apreciar a beleza de uma vida simples e laboriosa, cultivando com solicitude o relacionamento conjugal e cumprindo com entusiasmo a grande e difícil missão educativa.

Aos sacerdotes, que exercem a paternidade em relação às comunidades eclesiais, São José obtenha que amem a Igreja com afeto e dedicação total, e ampare as pessoas consagradas na sua jubilosa e fiel observância dos conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência. Proteja os trabalhadores de todo o mundo, para que contribuam com as suas várias profissões para o progresso de toda a humanidade, e ajude cada cristão a realizar com confiança e com amor a vontade de Deus, cooperando assim para o cumprimento da obra da salvação." (Angelus do Papa Bento XVI em 19 de março de 2006).

sábado, 8 de maio de 2010

São José e o Mês Mariano

SÃO JOSÉ E O SANTO ROSÁRIO

O Carmelo ama São José!
A Santa Igreja iniciou o Mês Mariano
com a celebração de São José Operário,
no dia primeiro de maio.


Associando a devoção a São José à Nossa Senhora, partilhamos esta oração que Sua Santidade, Papa Leão XIII, compôs para ser rezada após o Santo Rosário.



"A vós São José,
recorremos na nossa tribulação, e depois de ter implorado o auxílio da vossa Santíssima Esposa, cheios de confiança, solicitamos o vosso patrocínio.

Por esse laço sagrado de caridade que vos uniu à Virgem Imaculada Mãe de Deus, e pelo amor paternal que tivestes para com o Menino Jesus, ardentemente suplicamos que lanceis um olhar benigno à herança que Jesus Cristo conquistou com o seu Sangue, e nos assistais, nas nossas necessidades, com o vosso auxílio e poder.

Protegei, oh! guarda providente da Divina Família, a raça escolhida de Jesus Cristo;
Afastai para longe de nós, oh! Pai amantíssimo, a peste do erro e do vício; assisti-nos do alto do céu, oh! nosso fortíssimo sustentáculo, na luta contra o poder das trevas;

E, assim como outrora salvastes da morte a vida ameaçada, do Menino Jesus assim também defendei agora a Santa Igreja de Deus contra as ciladas dos seus inimigos e contra toda a adversidade.

Amparai a cada um de nós, com vosso constante patrocínio, a fim de que a vosso exemplo e sustentados com o vosso auxílio, possamos viver virtuosamente, piedosamente morrer, e obter no Céu a eterna bem-aventurança. Amém. "

segunda-feira, 3 de maio de 2010

São José e a Devoção à Sagrada Familia.




"Com o florescer da devoção dos fiéis para com São José, aumentará junto, por necessária consequência, o culto deles à Sagrada Familia de Nazaré, da qual ele foi o augusto Chefe, brotando espontaneamente estas duas devoções uma da outra.

De São José nós vamos diretamente a Maria e com Maria à fonte de todas santidade: Jesus Cristo, o qual consagrou as virtudes domésticas com a sua obediência para com São José e Maria. Nestes maravilhosos exemplos de virtude é que Nós desejamos que as familias cristãs se inspirem.

Deste modo, porque a familia é o centro e a base do consórcio humano, reforçando a sociedade doméstica com a santa pureza, com a fidelidade, a concórdia e um novo vigor - diremos que um novo sangue circulará pelas veias da sociedade humana, que será assim vivificada na virtude restauradora de Jesus Cristo; e, assim, seguirá um reflorescimento, não só dos costumes intimos, mas também das instituições públicas e civis."


Fonte: documento ("Motu Proprio") "Bonum Sane" do Papa Bento XV, de 25/07/1920



São José, rogai por nós!

sábado, 1 de maio de 2010

DIA 1º DE MAIO - SÃO JOSÉ OPERÁRIO


A Igreja, providencialmente, nesta data civil marcada, muitas vezes, por conflitos e revoltas sociais, cristianizou esta festa, isto na presença de mais de 200.000 pessoas na praça de São Pedro gritava alegremente: “Viva Cristo Trabalhador, vivam os trabalhadores, via o Papa!” O Papa, em 1955, deu aos trabalhadores um protetor e modelo: São José o operário de Nazaré.

O santíssimo São José, protetor da Igreja Universal, assumiu este compromisso de não deixar que nenhum trabalhador de fé – do campo, indústria, autônomo ou não, mulher ou homem – esqueça-se que ao seu lado estão Jesus e Maria. A Igreja, nesta festa do trabalho, pelo Papa Pio XII deu um lindo parecer sobre todo esforço humano que gera, dá a luz e faz crescer obras produzidas pelo homem: “Queremos reafirmar, em forma solene, a dignidade do trabalho a fim de que inspire na vida social as leis da eqüitativa repartição de direitos e deveres.”

São José, que na Bíblia é reconhecido como um homem justo, é quem revela com sua vida que o Deus que trabalha sem cessar na santificação de suas obras, é o mais desejoso de trabalhos santificados: “Seja qual for o vosso trabalho, fazei-o de boa vontade, como para o Senhor, e não para os homens, cientes de que recebereis do Senhor a herança como recompensa… O Senhor é Cristo” (Col 3,23-24).

São José Operário, rogai por nós!

quarta-feira, 17 de março de 2010

PRÁTICAS PARA O MÊS DE SÃO JOSÉ


A Serva de Deus Madre Maria José de Jesus, carmelita descalça, possuía uma devoção especial a São José que era revigorada na quaresma com a prática de alguns exercícios espirituais e orações meditadas que estamos partilhando com você e sua família.



Dia 01 - Repetir muitas vezes – "Jesus, Maria, José!"
Dia 02 - Fazer muitas Comunhões espirituais.
Dia 03 - Fazer muitas pequenas mortificações .
Dia 04 - Fazer muitos atos de amor e oferecimento São José, recordar e honrar muitas vezes.
Dia 05 - A agonia de Jesus no horto, o tédio, pavor e tristeza de seu Coração, e a oração que aí fez.
Dia 06 - O suor de sangue de Jesus, adorando-O e oferecendo-O pelas diversas necessidades.
Dia 07 - A dor que sentiu quando recebeu o beijo de Judas, pedindo-lhe a perseverança final.
Dia 08 - A prisão de Jesus, os opróbrios que então sofreu e quanto sentiu a fuga dos Apóstolos.
Dia 09 - Os opróbrios que Jesus sofreu quando foi levado à casa de Anás.
Dia 10 - A bofetada que recebeu em casa de Anás, pedindo a mansidão e humildade.
Dia 11 - Os maus tratos que sofreu quando foi levado a Caifás.
Dia 12 - O que sofreu julgado por Caifás e acusado por falsas testemunhas.
Dia 13 - O que sofreu tido por blasfemo e declarado réu de morte.
Dia 14 - As bofetadas e pancadas que recebeu em casa de Caifás, oferecendo pelos pecadores.
Dia 15 - Os escarros que recebeu, oferecendo pelos agonizantes.Dia 16 - Os insultos, blasfêmias e o escárnio com que lhe vendaram os olhos dizendo: Adivinha quem te deu.
Dia 17 - O que sofreu quando lhe arrancaram os cabelos, oferecendo pela santa Igreja.
Dia 18 - O que sofreu no cárcere em casa de Caifás, oferecendo pelas almas do Purgatório.
Dia 19 - A apresentação aos Juízes na sexta-feira de madrugada, pedindo misericórdia.
Dia 20 - O caminho à casa de Pilatos, agradecendo a Jesus seus passos.
Dia 21 - A acusação e interrogatório perante Pilatos, desagravando a Jesus.
Dia 22 - O caminho à casa de Herodes, pedindo a Jesus que guie nossos passos.
Dia 23 - Jesus tido por louco, pedindo-Lhe seu amor.
Dia 24 - O caminho à casa, de Pilatos, pedindo-Lhe a perseverança dos justos.
Dia 25 - Jesus comparado a Barrabás e julgado pior que ele. Atos de amor.
Dia 26 - A flagelação, pedindo a Jesus perdão dos pecados próprios e dos do mundo.
Dia 27 - Adorar o sangue da flagelação e agradecer a Jesus as dores que então sofreu.
Dia 28 - A coroa de espinhos, pedindo a graça de pensar só em Deus.
Dia 29 - O manto de púrpura e a cana, adorando a Jesus e desagravando-O.
Dia 30 - Os opróbrios e bofetadas que sofreu coroado de espinhos, pedindo pelos Padres.
Dia 31- Quando foi mostrado ao povo por Pilatos, e ouviu os brados: "Crucifica-O, crucifica-O!", dando-Lhe graças pelo muito que sofreu por nós.
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São José, rogai por nós!


terça-feira, 16 de março de 2010

Sobre São José- padroeiro do Concilio Vaticano II


Bem-aventurado Papa João XXIII era um grande devoto de São José. E a exemplo do papa Pio IX, que havia declarado São José como Protetor Universal da Igreja, João XXIII, na carta apostólica "Le Vocci Che Da Tutti", declarou São José como Padroeiro do Concílio Vaticano II, o qual estava começando.

Neste tríduo de São José, relembramos as palavras do Beato Papa João XXIII sobre o Concílio e sobre a importância de São José para toda vida católica renovada pastoralmente pela inspiração conciliar:

"Tudo é grande e digno de consideração na Igreja, tal como Jesus a constituiu. Na celebração de um Concílio, reúnem-se em torno dos padres as personalidades mais notáveis do mundo eclesiástico, dotadas de altas qualidades de doutrina teológica e jurídica, de capacidade de organização, de elevado espírito apostólico. Eis o Concílio: o papa no ápice e, em torno dele e com ele, os cardeais, os bispos de todos os ritos e de todos os países, os doutores e mestres mais competentes nos diversos graus de suas especializações.
Mas o Concílio é feito para todo o povo cristão que nele está interessado pela circulação mais perfeita da graça, de vitalidade cristã, que torna mais fácil e rápida a aquisição de bens verdadeiramente preciosos da vida presente e asseguram as riquezas dos séculos eternos.
Todos, por conseguinte, estão interessados pelo Concílio, eclesiásticos e leigos, grandes e pequenos de todas as partes do mundo, de todas as classes, de todas as raças, de todas as cores; e se um protetor celeste é indicado para conseguir do alto, em sua preparação e realização, aquele "poder divino" pelo qual ele parece destinado a marcar época na história da Igreja contemporânea, a nenhum dos protetores celestes poderia ser mais bem confiado do que a s. José, augusto chefe da famlia de Nazaré e protetor da santa Igreja. (...)
Oh! a invocação, oh! o culto de São José para a proteção do Concílio Ecumênico Vaticano II.(...)
Ó São José! Aqui, aqui mesmo é vosso lugar de "Protetor da Igreja universal". Quisemos apresentar-vos, através das palavras e dos documentos de nossos predecessores imediatos dos últimos séculos - de Pio IX a Pio XII - uma coroa de honra, como eco dos testemunhos de afetuosa veneração que se eleva igualmente de todas as nações católicas e de todas as regiões missionárias.

Sede sempre nosso protetor. Que vosso espírito interior de paz, de silêncio, de bom trabalho e de oração, a serviço da santa Igreja, nos vivifique sempre e nos alegre em união com vossa santa esposa, nossa dulcíssima Mãe Imaculada, num fortíssimo e suave amor a Jesus, Rei glorioso e imortal dos séculos e dos povos. Assim seja."


São José, rogai por nós!
 

São José


«Sabemos que não era uma pessoa rica; era um trabalhador como milhões de homens no mundo. Exercia o ofício fatigante e humilde que Deus escolheu também para Si quando tomou a nossa carne e viveu trinta anos como uma pessoa mais entre nós. A Sagrada Escritura diz que José era artesão.

Das narrações evangélicas depreende-se a grande personalidade humana de S. José: em nenhum momento nos aparece como um homem diminuído ou assustado perante a vida; pelo contrário, sabe enfrentar-se com os problemas, superar as situações difíceis, assumir com responsabilidade e iniciativa os trabalhos que lhe são encomendados.

Não estou de acordo com a forma clássica de representar S. José como um homem velho, apesar da boa intenção de se destacar a perpétua virgindade de Maria. Eu imagino-o jovem, forte, talvez com alguns anos mais do que a Virgem, mas na pujança da vida e das forças humanas.

Para viver a virtude da castidade não é preciso ser-se velho ou carecer de vigor. A castidade nasce do amor; a força e a alegria da juventude não constituem obstáculo para um amor limpo. Jovem era o coração e o corpo de S. José quando contraiu matrimónio com Maria, quando conheceu o mistério da sua Maternidade Divina, quando vivei junto d'Ela respeitando a integridade que Deus lhe queria oferecer ao mundo como mais um sinal da sua vinda às criaturas. Quem não for capaz de compreender um amor assim conhece muito mal o verdadeiro amor e desconhece por completo o sentido cristão da castidade.

José era artesão da Galileia, um homem como tantos outros. E que pode esperar da vida um habitante de uma aldeia perdida, como era Nazaré? Apenas trabalho, todos os dias, sempre com o mesmo esforço. E, no fim da jornada, uma casa pobre e pequena, para recuperar as forças e recomeçar o trabalho no dia seguinte.

Mas o nome de José significa em hebreu Deus acrescentará. Deus dá à vida santa dos que cumprem a sua vontade dimensões insuspeitadas, o que a torna importante, o que dá valor a todas as coisas, o que a torna divina. À vida humilde e santa de S. José, Deus acrescentou - se me é permitido falar assim - a vida da Virgem Maria e a de Jesus Nosso Senhor. Deus nunca se deixa vencer em generosidade. José podia fazer suas as palavras que pronunciou Santa Maria, sua Esposa: Quia fecit mihi magna qui potens est, fez em mim grandes coisas Aquele que é todo poderoso quia respexit humilitatem, porque pôs o seu olhar na minha pequenez.

José era efectivamente um homem corrente, em quem Deus confiou para realizar coisas grandes. Soube viver exactamente como o Senhor queria todos e cada um dos acontecimentos que compuseram a sua vida. Por isso, a Sagrada Escritura louva José, afirmando que era justo. E, na língua hebreia, justo quer dizer piedoso, servidor irrepreensível de Deus, cumpridor da vontade divina; outras vezes significa bom e caritativo para com o próximo. Numa palavra, o justo é o que ama a Deus e demonstra esse amor, cumprindo os seus mandamentos e orientando toda a sua vida para o serviço dos seus irmãos, os homens».



São Josemaria Escrivá, In. Cristo que passa, 40

terça-feira, 9 de março de 2010

OS PRIVILÉGIOS DE SÃO JOSÉ



OS CINQÜENTA PRIVILÉGIOS DE SÃO JOSÉ
“LA JOSEFINA” DE FR. JERÓNIMO GRACIÁN, (1609)



Frei Jerônimo Gracián é um carmelita descalço que, seguindo as pegadas de Santa Teresa de Jesus, escreveu sua “Josefina” no ano de 1609 para fazer um sumário dos dons e privilégios de São José. Trata-se de um livro clássico da piedade josefina de 132 páginas que, seguindo a tradição mística da época, usa símbolos um pouco estranhos para nosso tempo, palavras bonitas e até raciocínios divertidos a favor de São José.

1. José foi santificado no ventre de sua mãe.

2. José nasceu livre do “fomes pecati” e da concupiscência da sensualidade.

3. Nunca pecou mortalmente.

4. Foi confirmado em graça.

5. Em José, como fim dos patriarcas antigos, se resume todas as perfeições.

6. José é o primeiro cristão do mundo.

7. José foi eleito entre todos os mortais como esposo da Mãe de Deus.

8. José recebeu por dote de seus desponsórios os dons e talentos que são bênçãos de peitos e ventre.

9. José foi reverenciado pela Rainha do Céu a quem todos os demais reverenciam.

10. José exerceu ofício de pai, tutor, esposo, companheiro, guarda e conselheiro de Maria.

11. José é mestre e doutor porque conversou com Cristo por 30 anos.

12. José foi aio do Príncipe Celestial.

13. Padrinho por ordenação divina e revelação do anjo.

14. Tutor de quem se fez pequenino, sendo o dono do cosmos e de todo o universo.

15. São José, Pai Nutrício e “amo de leite” de Cristo Jesus.

16. Teve como súdito ao Senhor e Rei de todo o mundo.

17. Foi o primeiro a adorar, depois da Virgem, a Cristo Jesus.

18. Conservador da vida temporal de Deus, dando-Lhe comida e roupa com o trabalho de suas mãos.

19. Conselheiro da construção da Igreja, como carpinteiro experiente, já que ajudou a fazer os modelos, plantas e traços da Nova Jerusalém.

20. Foi amado de Jesus Cristo por razões gerais e algumas particulares.

21. Mereceu o renome de “justo”.

22. Soube imitar as virtudes, retidão e perfeição de Cristo.

23. São José se assemelhou, mais do que ninguém neste mundo, a Cristo e a Maria, “no semblante, palavra, compleição, costumes, inclinações e maneira de tratar com os outros”.

24. Por haver estado mais perto da Humanidade de Cristo: abraçou-O, beijou-O, falou-Lhe, O viu, conversou com Ele, etc., muito se uniu à sua Divindade.

25. Viu-se limpo do suor com as mãos de Jesus e recebeu dEle outros inefáveis regalos.

26. São José se encontrou em ocasiões de amor, nas quais, pedindo mercês a Deus, nenhuma coisa foi-lhe negada.

27. São José recebeu a graça dos sacramentos, apesar de não ter participado deles.

28. Sustentou com o próprio suor a vida de Cristo.

29. São José alcançou inefáveis regalos no trato familiar que teve com Cristo.

30. Foi bendito do Senhor, alcançando as bênçãos do Céu.

31. José fez o ofício de “anjo da guarda” de Cristo Jesus.

32. Como um “arcanjo” foi ministro das embaixadas divinas.

33. Governou a Cristo, “Anjo do grande conselho”.

34. Foi ministro do maior milagre: Deus feito menino.

35. No Egito foi instrumento de Deus para que caíssem os ídolos.

36. Excedeu às dominações em senhorio, pelo serviço do Rei e da Rainha do universo.

37. Fez o ofício de trono ao ter em seus braços a Jesus, Juiz Eterno.

38. Mereceu ser guarda do paraíso terreno, como querubim, pois guardou à Virgem soberana que é o Paraíso de Deleites com a Árvore da Vida, Cristo Jesus.

39. Teve consigo, ao propiciatório, o Rei da Bem-Aventurança.

40. Foi perfeitíssimo virgem, perfeitíssimo santo.

41. Aprendeu oração dos mais elevados espíritos: o de Jesus e o de Maria.

42. Conseguiu todos os fins da contemplação.

43. Morreu nos braços de Jesus.

44. Preparou-se para a hora da de sua morte, pois a soube com antecipação.

45. Ouviu os cantares angélicos, viu luzes e escutou música celestial dos espíritos bem-aventurados.

46. Viveu saudável: nem lhe faltou um dente e nem escureceu a vista.
47. Como precursor no limbo, adiantou as excelências do Messias prometido.

48. José ressuscitou com Cristo entre outros muitos santos.

49. Está em corpo e alma na bem-aventurança.

50. É o primeiro santo canonizado pela boca do Espírito Santo, escrevendo o processo e sentença de sua canonização os sagrados evangelistas. Então se canoniza um santo quando se declara ser justo, estimado de Deus, e haver padecido por Cristo e tido revelações, visões e bens sobrenaturais.

domingo, 7 de março de 2010

SÃO JOSÉ, UMA PATERNIDADE NA VIRGINDADE

Domenico Marafioti s.j.
[Tradução de Carla Mariza Stellato]

José, o último dos patriarcas

José é o último dos patriarcas, o ponto de passagem do Antigo ao Novo Testamento. A genealogia do Messias, "filho de Davi, filho de Abraão", como vem descrito por Mateus, conclui-se com a pessoa de "José, o esposo de Maria, da qual é nato Jesus, chamado Cristo" (Mateus, 1, 1.16). Também a genealogia, maior e mais ampla, reportada no Evangelho segundo Lucas, coloca-o em primeiro plano: quando, aos trinta anos, Jesus apresenta-se para iniciar seu público ministério, as pessoas sabiam que ele era "filho, como se acreditava, de José" (Lucas, 3, 23).

Casamento da Virgem Maria com São José

Jesus nasceu através de Maria, mas pensava-se que fosse também filho de José, porque José era marido de Maria e fez-se pai de Jesus. Esta afirmação contém todo o mistério de Jesus, filho de Davi, filho do homem e Filho de Deus – e este é todo o mistério da vida de José, chamado a colaborar aos desígnios da redenção junto a Maria e de modo diverso de Maria.

Para salvar a humanidade, Deus ao princípio chamou Abraão e a este disse: "Serão benditos todos os que vierem de ti, e aos teus descendentes darei esta terra." (Gênesis, 12, 3.7). A Davi, que queria construir um templo para que Deus houvesse uma casa em meio ao seu povo, veio a promessa: "Uma casa fará para o teu Senhor, e cuidarei depois de ti a tua descendência, e te renderei paz em teu reino." (Samuel, 7, 11-12).

Esta promessa, guardada com fé pelo povo de Israel por séculos e milênios, foi cumprida por Jesus através de José de Narazé. José pertencia à tribo de Judá e à família real de Davi, mesmo se a grandeza e a riqueza de um tempo passado fosse apenas uma lembrança, como um ramo glorioso da árvore genealógica. Agora a sua família e a sua condição financeira eram muito modestas, trabalhava para sobreviver e havia transformado-se em um hábil e reconhecido carpinteiro.

Se do ponto de vista social era uma pessoa honesta e um trabalhador comum, do ponto de vista espiritual permanecia sempre depositário da esperança de Abraão e da palavra dada a Davi pelo povo de Israel e por toda a humanidade. Ao aceitar ser o pai legal e adotando Jesus como filho, José o transmite todo o patrimônio espiritual de Israel, e Jesus transforma-se em filho de Davi, herdeiro da promessa "feita a Abraão e a toda sua descendência para sempre." (Lucas, 1,55: cf. Gálatas, 3,16).

Interpretação diversa

Vejamos como tudo isso ocorreu e como José entrou no mistério de Cristo. Os antigos imaginavam José como um viúvo, e mais tarde, com o avanço do tempo, foi aceito pelo sumo sacerdote como esposo de Maria, porque seu bastão foi milagrosamente florido, como o cajado de Aarão (cf. Números, 17, 17-24).

Queremos procurar uma explicação compreensível para a perpétua virgindade de Maria e obter uma resposta verossímel à questão do problema dos "irmãos" de Jesus (cf. Mateus, 12, 46; 13, 55). Que um homem velho observe a castidade e não tenha nenhuma relação matrimonial é facilmente admissível; e tendo tido filhos de precedente matrimônio, não é estranho que estes venham a chamar Jesus de "irmão", visto que o mesmo era filho adotivo de José.

Com este sistema, os evangelhos apócrifos, em particular o Proto-Evangelho de Giácomo e o Evangelho de pseudo-Tomás, encontraram uma solução para a dificuldade de compreender o mistério da virgindade de Maria e de José. Mas esta reconstrução dos fatos não encontra respaldo no Evangelho verdadeiro, e por isso, fora abandonada.

É possível realmente acompanhar a narração dos evangelistas de maneira mais simples e aceitar a extraordinária escolha da virgindade de Maria e José. Realizou-se uma escolha excepcional, porque ambos entraram em contato com o maior acontecimento da história: a encarnação do Verbo, onde Deus se faz homem para divinizar o homem e introduzí-lo na vida de Deus. Já S. Ambrósio avisava para não permanecer atrelhado ao curso normal das coisas humanas quando se fala de Jesus, Maria e José, e por isso não procurar o curso da natureza, de onde tudo provém – mas de algo além da natureza, porque estamos diante a obra do Criador da natureza.

Jesus, que propôs a virgindade pelo Reino, vislumbrando como se vive na eternidade, podia bem suscitar sua própria vontade nas pessoas a ele mais próximas: Maria e José. Na realidade, José entendeu a grande tradição cristã, e isso é claramente compreensível lendo o evangelho com um simples olhar. Mas a grandeza de José não está somente nisso.

Houve um verdadeiro caminho espiritual de fé, nos quais os projetos normais de um jovem encontrava-se os desígnios de Deus, sendo que a vontade divina fez mudar a escolha de vida para acolher e seguir a vocação recebida. Desta forma, José é convidado à uma progressiva conversão para adentrar no projeto que Deus havia para si. Nessa caminhada interior, ele aceita o casamento com Maria, a fazer uma família, a virgindade de Maria, o encargo de, quando Maria transformar-se na mãe de Jesus, assumir sua paternidade espiritual para recuperar nesse novo tipo de paternidade, todos os elementos familiares e sociais de uma paternidade humana normal, tudo por ele realizado, com imenso amor.

Casamento da Virgem Maria com São José

Seguimos a descrição do evangelho. Lucas disse que o anjo Gabriel foi mandado por Deus "a uma virgem prometida a casamento de um homem da casa de Davi, chamado José." (Lucas, 1, 27); o evangelista Mateus confirma a mesma coisa dizendo que Maria era "a esposa prometida de José." (Mateus, 1,18).

As coisas andaram de maneira muito simples: estamos em Nazaré, José é adulto, e como todos os jovens, também queria fazer uma família. Entre tantas jovens do lugar, uma o atraía pela sua beleza e seriedade, Maria. O pedido de casamento ao pai ou ao tutor (o evangelho não diz se o pai era vivo) fora obtido com acordo e, talvez, tenha começado a pagar o dote, como se fazia em muitos lugares naquela época, para poder portar a noiva à casa depois de um ano de noivado, e iniciar a convivência conjugal.

Maria devia conhecer José, porque Nazaré era um pequeno lugarejo e não era difícil saber notícias de um e de outro; também ela deveria estar de acordo com o noivado, porque sabia que José era um jovem sério e trabalhador. Durante o ano de espera e de preparação, os noivos podiam frequentemente ver, conhecer e querer mais e melhor um ao outro, porque os genitores não concluiriam o matrimônio se os dois não fossem satisfeitos um com o outro.

Nestes encontros, José descobre o mundo interior de Maria, e ela conhece a profunidade espiritual de José. Ele deveria já ser uma pessoa contemplativa. O evangelho apresenta a sua vida imersa no silêncio; dele, temos referências não de palavras, mas de ações. Esse amor ao silêncio não deve ser obra do improviso, mas de algo cultivado no tempo. O silêncio é sinal de interioridade, de atenção aos sentimentos mais profundos, aos valores espirituais e à oração.

É natural que José, encontrando Maria, falaria não só da família que haveriam de construir juntos, mas também de valores espirituais em que acreditava, e daquilo que havia em seu coração. Assim, mais de uma vez a conversa entre eles girava en torno da esperança de Israel, nos textos da Escritura que ouvia na sinagoga, e seus sentimentos sobre Deus. E Maria, que já era "cheia de graça" (Lucas, 1,28), de que outra coisa poderia falar senão de suas aspirações espirituais e de sua compreensão sobre os mistérios de Deus?

Na verdade, não podemos intuir o nível de profundidade do conhecimento de Maria sobre os mistérios do mundo, da história, do coração humano, da missão do povo de Israel, dela própria e de Deus. A inteligência humana é limitada pelo pecado; mas como deveria penetrar e entender os problemas, os eventos, a Escritura e o destino da humanidade uma inteligência não atingida pelo pecado original e capaz de distinguir, súbito, a verdade do erro? Isso supera a nossa imaginação, porque não sabemos como funciona uma mente humana liberta do pecado.

A escolha da virgindade

Por certo, Maria entendeu profundamente a seriedade da relação da aliança entre Deus e Israel e aquilo que pertencia exclusivamente a ele. Quem sabe quantas vezes tenha meditado sobre o primeiro mandamento: "Eu sou o Senhor teu Deus: não haverá outros deuses diante de mim." (Êxodus, 20, 2). Somente um Deus, o soberano, e eu defronte a ele! Ela era habituada a refletir sobre todas as coisas "meditando com seu coração" (Lucas, 2, 19.51).

Frequentemente, foi chamada a refletir e aprofundar sobre o Shemà Israel, a profissão de fé de seu povo, baseada na reforma do próprio primeiro mandamento constante no livro de Deuteronômio: "Escuta, Israel: O Senhor é nosso Deus, o Senhor é um só. Tu amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e toda a tua força." (Deuteronômio, 6, 4-5). Estas palavras soaram com força em seu coração, e diante da grandeza de Deus, sentiu a beleza do dono desta oferta de amor.

Se, ao tempo da Revolução Francesa, uma mulher comum como santa Giovanna Antida Thouret tenha percebido o absoluto de Deus como razão de sua vida: "Deus somente!", porque não também Maria de Nazaret o teria feito no início da era cristã? Porque Maria deveria pensar como toda jovem de Israel que desejava casar-se e ter filhos, e não poderia, ao invés, colocar Deus acima de tudo e também do matrimônio?

Na profundidade de seu conhecimento espiritual, ela deve ter entendido que Deus era o único bem em sua vida presente e futura, e por ele, deixaria tudo para poder amá-lo com pureza na exclusividade do dono total de sua virgindade. Este era seu pensamento secreto, também se não sabia como poderia realizá-lo. Provavelmente, também Maria, em seus encontros com José, tenha começado a falar da beleza da família e do amor recíproco, do traçado de Deus sobre uma pessoa, sobre o povo de Israel e sobre toda a humanidade. E outro não fora a sua surpresa quando descobriu a surpreendente sintonia entre seu pensamento e o mundo interior de José!

Finalmente havia encontrado uma pessoa com quem poderia falar sobre suas coisas mais íntimas, certa de estar sendo entendida. A cada encontro, o conhecimento entre eles crescia, o compartilhamento aumentava, assim como os discursos espirituais faziam-se sempre mais precisos e profundos, aumentando a presença de Deus em seus corações. Crescia o amor entre eles, atrelado à oração; começavam a gostar da beleza de falar de Deus e de estar com Deus, e esta docilidade os atraía e unia cada vez mais.

Um certo dia, não sem uma certa hesitação, Maria encorajou-se e disse a José: "Como é belo estarmos juntos e falar das coisas de Deus! Porque, ao invés de unirmo-nos como marido e mulher, não permanecemos, juntos, na virgindade, para dedicarmo-nos completamente a Deus, de corpo e alma, passando a nossa vida na oração, na reflexão sobre a Escritura e no serviço ao próximo, amando-nos um ao outro em um único amor de Deus?" Ao final, há de ter baixado os olhos em ansiosa espera, porque se dava conta da proposta que havia feito. Mas qual não fora a sua feliz surpresa quando ouviu falar José: "Sim, Maria, é belo amar a Deus e amarmo-nos em Deus! Façamos assim o nosso matrimônio, permeneceremos virgens para amar na pureza a Deus e ao próximo."

Talvez não com estas palavras, mas de um modo semelhante foi amadurecida em Maria e José a decisão de viverem na virgindade. Esta é a constituição da primeira conversão de José: da opção pelo matrimônio à escolha da virgindade.

Uma escolha improvável?

Tantos dirão que este matrimônio virginal era impossível para uma jovem hebréia e muito mais para um rapaz. Certo, a virgindade não era um valor no mundo hebraico, como talves não o seja no mundo de hoje. Mas se isso valia para os homens e mulheres comuns, deveria sê-lo também para Maria e José? Deveriam ambos comportarem-se como todos? Deveriam ambos aceitarem os hábitos normais, nesse caso em particular, de uma lei sociológica geral?

E porque duas pessoas não poderiam ter um projeto de vida pessoal diverso de outros? Na realidade, este modo de raciocinar tende a reduzir Maria e José ao um nível comum de mediocridade humana. Ambos constituíam um casal excepcional, porque Maria era uma pessoa excepcional. Era uma jovem hebréia normal, como tantas outras, mas somente ela foi escolhida para ser a mãe do Messias, e por isso concebido sem o pecado original.

Ela, em sua plenitude de graça e devido a isso, podia pensar em um projeto de vida diverso de outras jovens, e José podia entender a beleza desse projeto. Tantos homens ao longo dos séculos cristãos puderam reconhecer, escolher e viver o carisma da virgindade. Porque José seria incapaz de fazê-lo, sobretudo se quem o fez compreender este valor era uma pessoa como Maria?

Se Maria Beltrame-Quattrocchi conseguiu ter uma convivência de perfeita castidade com seu marido Luigi após haverem tido quatro filhos, porque não é possível que Maria tivesse argumentos e motivos para convencer seu noivo? Certo que a aceitação da proposta de Maria é um indício da grande sensibilidade religiosa de José e do progresso espiritual obtido nos encontros e nas conversas com Maria. Em suas vidas estava para acontecer a coisa mais extraordinária do mundo.

Não é um absurdo pensar que este casal tenha feito uma escolha de vida extraordinária. Da condição de criaturas, Maria e José foram transferidos e inseridos como instrumentos para a Encarnação do Verbo. Tantas coisas em suas vidas são novas e insólitas, porque deveriam manifestar a novidade absoluta deste evento. Qualquer pessoa poderá dizer que este modo de raciocinar é impróprio, e que não é justo apresentar como exemplo o comportamento de santa Giovanna Antida e dos beatos Maria e Luigi Beltrame-Quattrocchi, por terem compreendido o que ocorreu entre Maria e José, porque podemos atribuir à cultura hebraica aquilo que é próprio da sucessiva vida religiosa cristã.

Porém, o contrário também é verdadeiro: os santos puderam fazer tudo o que fizeram porque viram o que foi feito por Maria, José e os apóstolos, que foram os primeiros a entrar em contato com Jesus. Mas não é uma questão cultural, mas de um encontro pessoal e de fé com Cristo. E se homens e mulheres comuns puderam compreender certos valores e fazer certas escolhas nos tempos cristãos, porque não poderiam fazer esta escolha primeiramente à chegada de Jesus em suas vidas?

A força atrativa de Jesus já era presente e operante: por isso Maria é nata sem o pecado original, em previsão do mérito de Cristo. A mesma força pôde atrair Maria e José à virgindade. Ao invés de falar da impossibilidade, melhor é firmar-se na verdade do Evangelho, porque da leitura sincera do texto sacro obtemos elementos suficientes para a confirmação da escolha da virgindade de Maria, partilhada com José.